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quarta-feira, 25 de dezembro de 2013

Corpos estendidos e conectivos na produção cinematográfica




Autora: Carmela Morena Zigoni Pereira    
Ano: 2013
Orientador: Lia Zanotta Machado
UnB

RESUMO
O presente estudo consiste em uma etnografia do set cinematográfico que trata especificamente da atuação de ciborgues na produção de filmes ficcionais para o cinema, no contexto brasileiro. Trata-se de realizar um debate sobre as novas abordagens da relação entre humanos e objetos, máquinas e máscaras, a partir de trabalho de campo realizado com profissionais pertencentes ao campo cinematográfico. Estes profissionais realizam atividades tecnicamente qualificadas em busca da imagem, se organizam em rede e praticam rituais (atos de corpo e de fala) para impulsionar a troca de informações, gerar efeitos materiais e imateriais, produzindo uma socialidade singular. A especificidade técnica de cada área de atuação na produção – direção, fotografia, operação de máquinas, interpretação de atores –, têm em comum serem efetivadas por meio de tecnologias e extensões corporais constituidoras de subjetividades e coletivos particulares. Considerando duas interfaces principais, a máquina e a máscara, os dados etnográficos foram analisados a partir de teorias como a antropologia do ciborgue (Haraway, 1985:2000; Preciado, 2011; Régis, 2012), da constituição da pessoa (Mauss, 1950; Strathern, 1988: 2006), a Teoria do Ator Rede (Latour, 2000; 2005; 2007) e a teoria dos rituais em antropologia (Tambiah, 1985; Schechner, 1988, 2002; Latour, 2004). Desvendamos, assim, como o set cinematográfico constitui-se em um espaço sócio-temporal distinto do cotidiano, que abriga um coletivo híbrido particular, dedicado a produzir verdades e ficções por meio de práticas cotidianas, eventos críticos, e imagens em movimento. Esta produção se torna possível pelas crenças compartilhadas quanto ao objeto artístico (filme), pelas fronteiras borradas entre corpos (conformação de híbridos), pelo fluxo de informações e ações rituais organizadas e controladas em rede.
Palavras-chave: cinema, corpo, técnica, ciborgue, rede, ritual.





ABSTRACT
This is an ethnographic study of the cinematographic set which specifically addresses the role of cyborgs in fictional productions for cinema, in Brazilian context. It proposes a debate on new approaches on the relationships between humans and objects, machines and masks, based on fieldwork among cinema professionals. These professionals carry out highly qualified technical activities pertaining to image capture, are organized in network-like arrangements, and practice rituals (bodily and speech acts) in order to foster the exchange of information, produce tangible and intangible effects, thus generating a singular kind of sociality. The technical specificities of each expertise – direction, photography, machine operation, acting– have in common their enactment through technologies and bodily extensions that constitute particular collectives and subjectivities. Based on two chief interfaces, the machine and the mask, ethnographic materials were analyzed drawing on theoretical frameworks such as cyborg anthropology (Haraway, 1985:2000; Preciado, 2011; Régis, 2012), studies on personhood (Mauss, 1950; Strathern, 1988: 2006), actor-network theory (Latour, 2000; 2005; 2007), and anthropological theories on rituals (Tambiah, 1985; Schechner, 1988, 2002; Latour, 2004). The cinematographic set was thus unveiled as a socio-temporal space distinct from daily life, which encompasses a particular hybrid collective dedicated to producing truths and fictions through quotidian practices, critical events, and moving images. This production is made possible by shared beliefs regarding the artistic object (the movie), blurred boundaries between bodies (assembling of hybrids), information flows and ritual actions organized and controlled through networks.
Keywords: movie, body, technique, cyborg, network, ritual.




http://www.dan.unb.br/images/doc/TESE_Doutorado_119.pdf


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